
Hoje apetece-me voltar ao verão, aos dias longos, aos dias em que as roupas leves são o suficiente para nos agasalhar, aos dias em que tudo parece ter um outro tempo e espaço. O verão é feito de sol, de cores, de corridas, de gargalhadas que ecoam pelas ruas, dias que parecem ser aproveitados ao quadrado, porque desde que o sol nasce até ao momento em que se põe, são largas horas de brincadeira. Dias em que as responsabilidades do ano inteiro ficam em suspenso e os livros ficam arrumados até setembro. São os dias de lanches demorados depois da praia, ou os gelados depois do jantar ainda de dia, dos passeios de bicicleta para todo o lado, e em que os horários assumem uma outra natureza. Os dias de verão de uma criança pelo menos.
É mais ou menos assim que me recordo dos meus verões enquanto criança. Os meus pais levavam-nos para uma outra casa na praia durante todo o mês de julho, e era um mês cheio. Havia sempre amigos novos a conhecer, daqueles que eram os melhores amigos durante todo aquele mês. Era também a casa cheia com os tios e os primos que iam lá ter connosco, e que fazem parte de tantas histórias daqueles dias.
Existem algumas memórias que são inseparáveis destes dias. Uma delas é aquela ansiedade de saber quando é que se pode ir ao banho no mar, e depois a resistência de lá sair, porque quando se é criança, o mar é todo nosso e para o resto daquela tarde. Não há a ideia, nem remotamente, de “tempo a mais na água”… isso não existe. E depois de nos convencerem a sair então da água, era a corrida para a toalha, para não arrefecermos muito, e para lancharmos. Ainda assim, nada sabia melhor do que o lanche ali naquele momento, de toalha enrolada ao corpo, o frio a chegar, mas satisfeita como só uma criança pode ficar depois de toda a brincadeira no mar ou do que nadava desafiada pelo meu pai. Lembro-me dos jantares no terraço da casa, dos passeios a seguir ao jantar… e tantas outras histórias daqueles dias tão livres.
A sessão que hoje trago até nem se passa na praia, mas passa-se no verão com uma família gira e já quase numerosa. O dia nem estava propriamente soalheiro, ou não estivéssemos nós em Sintra. Mas o que fizemos nesta sessão é o que mais gosto de fazer com as famílias que fotografo, e que tem a ver com as memórias com que ficamos da nossa infância. Gosto de dar tempo e espaço para as crianças serem crianças. Deixá-las correr, explorar, brincar, trepar o que quiserem, e deixá-las mostrar-me o que quiserem.
Fazer uma sessão com crianças é apenas uma tarde gira para as crianças em si, mas para os pais é tão mais do que isso. Aquele tempo não volta a ser deles, e os filhos vão crescer sempre demasiado depressa aos olhos dos pais. Ter estas fotografias de um tempo inocente da infância, de um qualquer verão em Sintra, de quando o mais pequeno era ainda bebé de colo, de quando estas irmãs tanto riam às gargalhadas, como a seguir podiam vir as lágrimas, será sempre de valor incalculável. E estas fotografias, além de serem uma paragem no tempo para os pais, vão também servir para contar a história também às gerações que se seguem. Os dias mudam, e mudam tanto, a uma velocidade que nós às vezes nem sabemos se vamos conseguir acompanhar. E as memórias que conseguimos guardar são as mais preciosas de toda a nossa vida. Da nossa e das vidas que nos seguem.
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MissLilly says
Adoro, que fotos amorosas
claudia says
Obrigada, fico tão feliz <3
ana silva says
Gosto tanto*
claudia says
Obrigada Ana <3